JAYME SIGNORINI
( BRASIL – PARANÁ )

Economista, poeta e escritor, com trabalhos publicados em livros, revistas e jornais.

“Belfort acima da lei”, é uma Coletânea de Contos do Escritor Jayme Signorini ... Editora: Inteligência 3.

ANTOLOGIA ELOS – BRASÍLIA. Coordenação de Nina Turbino. 
Porto Alegre: Edições Caravela, 2000.  128 p.  14 x 21 cm.
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do livreiro Brito, de Brasília.
 

Foto: https://www.google.com/search?client=ms-google-coop&q=bras%C3%ADlia&cx=004954855188341075139:pz9y7reqwr8

BRASÍLIA TRANSLUMBRANTE

I —A SEMENTE

A década de sessenta foi primordial
nascia Brasília no sertão incrustado
com perfil moderno e demais ousado
na sua imponência bela e magistral.

Juscelino, o autor intelectual
resolveu de modo muito arrojado
fazer da caatinga do planalto
no rincão goiano, a nossa capital

quando ainda menina nos seus albores
Lúcio Costa e Niemeyer os executores
não imaginavam o projeto audacioso

que mais tarde na sua opulência
o mundo se curvou em reverência
do seu estilo soberbo e pomposo!


II – O CRESCIMENTO

O tempo passou e se fez presente
com muitas histórias pra contar
o progresso rápido veio a calhar
e o fluxo demográfico foi eminente

para lá de mudaram muita gente
buscando o eldorado de modo ímpar
e o desejo frenético a brilhar
na querida terra refulgente

e núcleos como Taguatinga, Gama,
Ceilândia  e outros ganharam fama
de norte a sul, intensa correria

a cidade cresce a olhos vistos
e os que ali chegam são benquistos                                      e ela os atrai e acolhe pela simpatia!


III – DESENVOLVIMENTO INTERIOR

Nós tínhamos muita consciência
que a mudança se fazia necessário
para Brasília era prioritário
concretizando a sua existência

sair do litoral se fez premência
e o interior do Brasil, o relicário
desta joia que hoje é o berçário
dos brasileiros da boa querência

o progresso foi além da fronteira
desta nação rica e altaneira
mostrando a força de sua pujança

abrigando a capital administrativa
de nossa República Federativa
e que temos orgulho pela lembrança!


IV – NA PLENITUDE

O seu traçado prático e funcional
com formato e asas de um condor
jamais atreveríamos a supor
um voo mais alto pelo sideral

mística pela beleza escultural
nos seduz e nos envolve com ardor
desde o nascer do sol e a se pôr
e as noites cintilantes com seu astral

agora bem adulta se tornou mulher
enraizada pelo desejo do bem-me-quer
é áurea límpida no firmamento

quanto mais a vemos mais a amamos
pela distância que nos separa, ufanamos
de ser tu, Brasília! um monumento!

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